O homem é um Universo em Evolução

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sábado, 14 de fevereiro de 2015

A Abolição da Doutrina da Reencarnação dentro da Igreja Católica


A Abolição da Doutrina da Reencarnação dentro da Igreja Católica


Raul Seixas
Canto Para minha Morte

Eu sei que determinada rua que eu já passei 
Não tornará a ouvir o som dos meus passos 
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos 
E que nunca mais eu vou abrir 
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa 
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última
vez 
A morte, surda, caminha ao meu lado 
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar 
Com que rosto ela virá? 
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que
fazer? 
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de
uísque, 
Na música que eu deixei para compor amanhã? 
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no
cinzeiro? 
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me
foi destinada, 
E que está em algum lugar me esperando 
Embora eu ainda não a conheça? 
Vou te encontrar Vestida de cetim 
Pois em qualquer lugar 
Esperas só por mim 
E no teu beijo 
Provar o gosto estranho 
Que eu quero e não desejo 
Mas tenho que encontrar 
Vem Mas demore a chegar 
Eu te detesto e amo 
Morte, morte, morte que talvez 
Seja o segredo desta vida 
Qual será a forma da minha morte 
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida
Existem tantas... um acidente de carro 
O coração que se recusa a bater no próximo minuto 
A anestesia mal-aplicada 
A vida mal-vivida 
A ferida mal curada 
A dor já envelhecida 
O câncer já espalhado e ainda escondido 
Ou até, quem sabe, 
O escorregão idiota num dia de sol 
A cabeça no meio-fio A morte, tu que és tão forte 
Que matas o gato, o rato e o homem 
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres 
Me buscar 
Que meu corpo seja cremado 
E que minhas cinzas alimentem a erva 
E que a erva alimente outro homem como eu 
Porque eu continuarei neste homem 
Nos meus filhos 
Na palavra rude que eu disse para alguém 
Que não gostava 
E até no uísque que eu não terminei de beber / Aquela
noite...



Desde que existiu ser humano existe a ideia da reencarnação. Encontramos nas grandes matrizes doutrinárias que deram origem às milhares de religiões e seitas no mundo essa ideia. Desde o Bramanismo, o Hinduísmo, o Judaísmo, o Druidismo, o Budismo e o Cristianismo entre outras.
O Cristianismo deriva do Judaísmo e este sempre prestigiou a ideia da reencarnação. Nos seus primeiros séculos de existência o Cristianismo aceitava e vivia plenamente a ideia da reencarnação. No Concílio de 312 convocado por Constantino - Concílio de Constantinopla- a ideia da reencarnação começou a ser não só apagada mas banida do repertório católico. Porque? A Igreja já vinha se sentindo mal com essa ideia porque se contrapunha ao conceito de que a salvação só poderia ser através da Igreja e Constantino se sentia também desconfortável com a idéia da reencarnação porque a reencarnação iguala os seres humanos, todos somos iguais espiritualmente, e o imperador ser igual de um servo seu não era uma ideia das mais confortadoras para as cabeças da realeza.
Assim que o Cristianismo foi incorporado ao Estado Romano e passou a ser a religião oficial do estado, começaram as perseguições àqueles que defendiam dentro da Igreja a idéia da reencarnação. Começou então uma longa trajetória de perseguições com inúmeras vítimas e marginalização de espíritos brilhantes dentro da Igreja. Eurígenes foi um desses defensores da reencarnação dentro da Igreja que foi aniquilado e seus seguidores os monges euriginistas foram tão perseguidos que acabaram desaparecendo.
A situação se consolidou com o Concílio de Constantinopla de 553 por obra do Imperador Justiniano lançando-se assim 15 anátemas contra as idéias de Eurígenes, sepultando definitivamente a reencarnação dentro da Igreja Católica Romana. Segundo todos os historiadores, o cristianismo perdeu seu elo principal que era justamente a ideia da reencarnação por obra dos Lideres Católicos.
Mas a ideia continuou através dos séculos dentro de certos movimentos na própria Igreja, através de seitas e todas elas foram sufocadas com lágrimas de sangue. Isso aconteceu com os paulicianos no século VII, com os gorgomitas no século X, com os famosos cátaros da França medieval, houve a cruzada dos albigeses de 1209 até 1229 que foi uma chacina sem precedentes, uma verdadeira carnificina como jamais houve, sempre na tentativa de sufocar o surgimento e a revitalização da ideia reencarnacionista.
Mas a ideia continuou, aqui e acolá, conservada por correntes exotéricas, pelos alquimistas (Izaac Newton era um alquimista), pelos Rosa cruzes, pelos maçons e finalmente no século dezenove Allan Kardec introduziu definitivamente no corpo da Doutrina Espírita o princípio postulado fundamental da reencarnação.
Provas científicas da Reencarnação existem muitas, existem as pequisas feitas pelo Dr. Ian Stevenson professor de psiquiatria da Universidade da Virgínia que subvencionado pela própria Universidade percorreu o mundo buscando provas científicas da reencarnação. Sua obra é vastíssima com diversos casos relatados e documentados. 
Existe no Brasil o livro chamado Reencarnação do cientista Hernane G. Andrade, que catalogou dezenas de casos estudados cientificamente, e todo esse manancial está a disposição de quem procura a verdade.
A ciência já chegou ao ápice dos estudos da matéria, já vivemos a era das pesquisas espirituais, a física já estuda a hipótese científica do espírito e a biologia está caminhando para o mesmo sentido.
Há de se entender que muitos paradigmas serão quebrados e a ciência materialista terá de sofrer mudanças consideráveis admitindo a existência de uma mente que comanda o corpo e que já existia antes do corpo, interesses serão comprometidos e por isso ainda existe a barreira do preconceito. Mas diante dos fatos nada mais resta a fazer senão se entregar a eles. Assim como vivemos durante séculos num planeta redondo e só a 500 e poucos anos se comprovou que a Terra é redonda, depois da idéia ter sido combatida ferozmente, isso se tornou um fato e agora é natural e irrefutável. O mesmo ocorrerá com várias outras idéias que se tornarão fatos comprovados e que nem por isso teremos deixado de conviver com eles por todo o tempo mas não sabíamos ainda.





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